Método Formalista
Partindo da Teoria da "Pura visibilidade", o método formalista de estudo da história da arte tem em Heinrich Wölfflin um dos seus grandes expoentes.
Wölfflin não se interessa por temas ou motivos da arte. Para
ele, no estudo da história da arte, as
formas expressam o estado de espírito de
uma época e de um povo.
Ao lado do estilo pessoal encontra-se o estilo da escola, o
estilo do país, o estilo de uma cultura.
De acordo com o autor, o Renascimento italiano é
caracterizado pelo ideal da proporção perfeita, do completo, limitado e
concebível. Já o Barroco oferece o ideal
do movimento, da emoção, aquilo que é mutável e ilimitado.
“... Seu objetivo não
é analisar a beleza da obra de um Leonardo ou de um Dürer, e sim o
elemento através do qual esta beleza ganhou forma. Ele
também não tenta analisar a
representação da natureza de acordo com o seu conteúdo
imitativo, nem em que
medida o naturalismo do séc. XVI difere daquele do séc.
XVII, mas sim o tipo de
percepção que serve de base às artes plásticas no decorrer
dos séculos.”
(WÖLFFLIN, 2006: 17)
Procura em seus estudos estilísticos da arte clássica do
século XVI e da arte barroca do século XVII definir as maneiras pelas quais se
organizam em torno de 5 pares de conceitos fundamentais:
1) Linear/pictórico
2)Plano/profundidade
3)Forma fechada/forma aberta
4) Multiplicidade/unidade
5) Claridade/ obscuridade
Linear e Pictórico:
Nos artistas clássicos, segundo Wölfflin,existe uma
valorização da linha; as massas de luz e sombra encontram-se dentro de limites
precisos, claros e pormenorizados - estilo linear.
No barroco, por outro lado, não conseguimos delimitar com
precisão o contorno das formas, cujas
imagens são mais claramente perceptíveis se vistas a uma certa distância.A imagem é oscilante e sem limites, o objeto é
retratado em seu contexto.
Plano e Profundidade:
A disposição dos planos é paralela nas pinturas clássicas,
que dispõe os objetos em camadas planas,
a fim de dar maior clareza ao que está sendo retratado. Enquanto que na arte
barroca os planos são constituídos por uma linha diagonal.
Forma fechada e forma aberta:
Nas pinturas clássicas existe um equilíbrio em torno de um
eixo central, ao passo que no barroco esse eixo inexiste e os objetos e pessoas
são na verdade um fragmento, um instante passageiro casualmente extraído do
mundo visível.
Multiplicidade e Unidade:
No clássico, cada objeto, cada personagem está
individualizada, podendo o observador destacar mentalmente cada um deles
separando-os do conjunto.
No barroco, cada forma isolada nos remete imediatamente ao
conjunto, a uma visão global, não podendo ser destacados individualmente. há uma
fusão das figuras em um todo homogêneo e indivisível, no qual é quase
impossível destacar formas isoladas.
Claridade e Obscuridade:
No barroco a luz ao mesmo tempo mostra e esconde e nem tudo
está explícito como na pintura clássica, onde todas as formas estão visíveis
até a extremidade.
No estilo barroco, o
artista ao valorizar a sombra, confere à obra um tratamento expressivo e
sentimental, ao passo que a pintura clássica puxa mais pelo intelecto,
justamente pela sua clareza e "legibilidade".
Sandra Honors
Sandra Honors
Referência:
Conceitos Fundamentais da História da Arte. - Heinrich Wölfflin
As teoria da arte - Jean Luc Chalumeau
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